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TUDO FORA DO LUGAR

      É evidente que a mídia exerce um poder de persuasão incontestável, haja vista a força exercida pelos programas de televisão, além de outro meio de comunicação ainda imponente: o rádio, mas é lamentável saber que todo esse domínio está concentrado ultimamente nas banalidades, no trivial, no ordinário, alienando e escravizando uma massa populacional que não tem acesso à verdadeira essência da arte.
     A programação da televisão brasileira tem se tornado cada vez mais medíocre, usando temas degradantes como a sensualidade, além de insistir em colocar no topo do sucesso as débeis e fracassadas canções dos gêneros identificados hoje em dia como “a onda do Calypso”. O mais triste é saber que o povo está acreditando nessa febre, pensando ser possuidor de uma cultura que não existe e o que é pior, tendo como base uma arte fajuta, de modismos, assim como as estações do ano que têm seu tempo limitado e logo se extinguem, porém a culpa não é apenas do povo, mas da mídia que não divulga a verdadeira arte. Não há como conhecer o que é bom se não lhe for apresentado.
     Os finais de semana estão se tornando um verdadeiro massacre, uma “guerra fria”, na disputa para saber quem é o mais tolo e o mais digno de continuar a exercer a função de “exterminador da arte”. Restam apenas alguns canais que ainda investem na intelectualidade, como é o caso da TV Cultura, com os programas “Conversa afinada”, “Literatura em foco”, “Bem Brasil”, “Café filosófico” e outros, além da SESCTV, através do programa “Instrumental Sesc Brasil”, mas que é considerado uma parcela mínima de contribuição cultural, porém necessária e imprescindível para a formação de uma base sólida e consistente. No campo literário o problema é o mesmo, destacando-se apenas as obras de auto-ajuda, esotéricas e descartáveis em geral, ao passo que os clássicos e demais livros refinados ficam no esquecimento.
     A verdadeira arte é eterna, embora pouco valorizada, mas precisa ocupar o seu verdadeiro lugar e a mídia pode exercer esse papel, mas não o faz.
     Acorda, Brasil!

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