O sentimento de amor tem sido um elemento constante nas diversas formas artísticas e se revelado ao longo da história, deixando seu rastro de encanto e magia.
Na literatura, por exemplo, Vinícius de Moraes foi um dos poetas que mais declararam seu amor pela beleza feminina. Pode-se notá-lo nos versos do soneto do amor total: “Eu te amo tanto, meu amor, não cante o humano coração com mais verdade, amo-te enfim com grande liberdade, dentro da eternidade e a cada instante.” A escritora Marina Colassanti, no texto, Amor com A maiúsculo, desembainha seus dotes: “Mas existe mesmo esse amor, tão total, tão avassalador, tão completo? Ou nós o inventamos, instituindo talvez a exceção como regra?”. Já o mineiro Carlos Drummond de Andrade também revela sua contribuição cultural galgando os passos de tão nobre sentimento: “O mundo é grande e cabe nesta janela sobre o mar; o mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar; o amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.”
Na música não é diferente, os artistas embrenharam-se no mesmo enredo afetivo e trouxeram pérolas contemplativas. É o caso do compositor Jorge Vercilo que atropela o coração humano com os seguintes versos: “Claro, ninguém jamais nos ensinou a saber quando é amor, mas foi você chegar pra eu descobrir.” E ainda declara “Flor, minha vida está despetalada sem seu amor e parece que nada vai mudar, chuva que cai sem parar, deixa no canto do peito esse gosto de dor. Vem, que eu guardei o meu tempo de vida pra mais ninguém, seja fogo de palha ou seja amor, seja do jeito que for, só de pensar em você já me faz tanto bem.” Chico Buarque também enveredou pelos mesmos caminhos, pisando de forma sutil nesse terreno: “Não se afobe não que nada é pra já, o amor não tem pressa, ele pode esperar em silêncio, num fundo de armário, na posta restante, milênios, milênios no ar.” Djavan foi outro artista que resolveu percorrer o mesmo trajeto, em busca de entender essa força bruta que arrebenta o coração como ondas que se quebram sobre as rochas: “O teu beijo eu invento na sala escura do sentimento, quando bate a dor, eu sei que o amor existe, e onde vive que eu chamo e não vem?” Gilberto Gil é outro exemplo de poeta musical que busca compreender esse alimento humano incompreensivo: “O amor da gente é como um grão, uma semente de ilusão, tem que morrer pra germinar”.
Na pintura, a mesma emoção toma conta das telas de alguns mestres franceses impressionistas: Gauguin, Monet, Renoir e Van Gogh. Suas obras ganham vida e quase saltam da moldura, como se quisessem arrebentar nossas retinas, delineando com cores vibrantes o tão insondável amor.
Todas essas manifestações são apenas protótipos efêmeros, não conseguem expressar com exatidão a verdadeira fonte, pois seu nascedouro está no momento da criação do universo e do homem, ali sim, houve a grande obra de arte, manifestada pelo poder absoluto de Deus, o detentor de tal palavra em sua mais perfeita definição. Frutos de suas mãos, as estrelas, os astros, o sol, a chuva, a terra, a natureza, os animais e a humanidade, foram as maiores declarações de amor já vistas até hoje. Como se tudo isso ainda não bastasse, depois da transgressão e o surgimento do pecado original, antes da fundação do mundo, o Senhor Criador de todas as coisas, arquitetou um plano perfeito de salvação, de resgate, dando-nos sua maior prova de bondade: seu filho Jesus Cristo. Em I Coríntios 13, do versículo 4 ao 8, pode-se notar essa gloriosa atitude incompreensiva: “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba”. Essa intensidade só pode ser presenciada na plenitude de Jesus, embora muitos artistas já tenham se manifestado a respeito, mas não houve nem haverá maior expressão de amor do que esta atitude. Um amor que não espera nada em troca, a não ser um simples reconhecimento e aceitação, mas uma postura que independe da nossa reciprocidade. Ele simplesmente resolveu nos amar e pronto. Essa declaração ficou registrada na cruz do calvário, onde nosso amado Jesus se entregou para salvar toda a humanidade. Lá, entre todos os sofrimentos físicos e a dor implacável por carregar nossos pecados, Ele exalou Sua maravilhosa graça, entregando-se por inteiro. Assim declara Isaías, no capítulo 53, versículo 7: "Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca".
Nossa capacidade intelectual limitada e miserável não é capaz de entender tão grande manifestação de misericórida, uma atitude que constrange e envergonha nossas vidas enraigadas de pecado. Portanto, caríssimo leitor, apenas renda-se a esse amor, caia nas teias da bondade e venha para os braços do Pai. Eles estão sempre abertos para lhe acolher.
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